domingo, 6 de novembro de 2011

Overture di dolore (Woe to all)

Ondas, surtos incorrigíveis de sangue carregado de paixão ardente, pulsando, pulsando conforme o compasso de sua vida. Todos os dias começam com o abrir dos olhos e a promessa de um alvorecer mais claro, todos os dias começam com o prospecto de uma noite menos escura. Ao passo que crepúsculos, vez por outra, adormecem em abundância de serenidade, em outros casos as fumegantes quanta de dor e euforia descarregam-se sobre o pulsante coração coberto de cicatrizes. Abandonado em seu leito, esperando por dias mais fáceis, perguntava-se se realmente isso tudo valia, se aquilo tudo era apenas fruto de fogos fátuos incitando revoltas em sua existência, ou se aquele carnaval de latejos era real e objetivo; tangível. Euforia seguida de ódio e então dor, mágoa, desespero, todos perdidamente apaixonados pela falta de esperança, maculados pela mão negra que após acariciar seu já entorpecido desejo, o esmagava, causando a aniquilação e o oblívio tão característicos de todas as manhãs ruins. Restava-lhe apenas a fé de que o amanhã traria ondas melhores.

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