terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Digo, do Vicio

Definitivamente, sou um homem cheio de vícios. Palavra forte, que determina um ciclo infindável de ações, insaciavelmente prazerosas. E ái daquele que não siga esse instinto selvagem, visão trêmula, nervosismo, dor na boca do estomago são só o prelúdio dessa ópera. Entra o coro das vozes, reverberando e dizendo, com toda a potência das cordas vocais coisas que só agravam a situação. “Fraco!”, recitam enquanto a execução da mente humana prossegue. “Ou a Morte?”, “Não viverá!”, “Caia em seus joelhos!” ecoam no crânio, e saem em forma de gritos.
É insuportável ser viciado. “Não confie nunca na agulha!”. E tente se convencer de que não precisa disso. Ele volta atrás. “Calúnia!”. E grita seu nome, chora, berra até não ter mais força, então sabe que você já voltou atrás, e senta novamente nos ombros do infeliz. É o preço que se paga pelo prazer, o vicio. “Eu vi você o fazer!”. O pobre homem cai, e como um altista, pára de perceber o redor e se envolve na redoma para se proteger. “Muito tarde!”. Eles já sabem de tudo, e nunca vão deixa-lo em paz. “Grite!”. E espera pela chance de adormecer, e acordar, livre da influência. Por um breve momento, e então tudo começa de novo. “Nunca me deixe sozinho!”. E chora, sem esperança. Assim é o dia-a-dia dele. Tem medo do que está por trás do espelho. Com um sorriso sádico, a agulha está de volta, e não deixará em paz. “Não sobrará nenhum!”.

3 comentários:

  1. óperas não têm prelúdios, têm aberturas, overtures, essas coisas.

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  2. não tive capacidade mental pra entender isso .. oO
    uaheiaheae

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  3. Imagino o tom hanks naquele filme "Philadephia", ouvindo ópera e se contorcendo. A diferença é que o vício dele era dar a bunda.

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