domingo, 13 de novembro de 2011
O óbvio objetivo, vulgo amar
O homem pode conhecer diversas mulheres, provar de diferentes danças e acariciar infinidades de cabelos diferentes, e ainda assim é marcado pelo tormento cabido ao eterno desesperado tão chamado apaixonado. Não há subjetividade no que se faz explícito e o é por si só, no que é tão lindo que causa agonia, naquilo que consome e germina a glória masculina. Não há como desapropriar do amor o caráter decisivo de sua voracidade, não há como desenhá-lo por linhas, pois enquanto gráfico, sempre será uma folha em branco na mesa do cartunista falido. Não existe confusão no que é tão simples: te quero, te quero e te quero. Não macula o que é inocente em seu arché. Não há mudança no que é por natureza eterno e imutável, não há indecisão no que em sua gênese é resoluto, e que dá ao Andro seu alimento metafísico. Não rotula nem distorce. Não estereotipa. E não importa quantos olhos se admire além do Magnum Opus cabido a cada alquimísta de seu amor, a eterna orbe de estrelas e astros de sua florentina Beatrice sempre será o triunfo do Dante de cada um. Não reflete-se tanto em outros lábios o sorriso que rasga seu ódio. Não leva em conta quantas venha a olhar, contemplar e esquadrinhar; sempre haverá aquela cuja boca tem maior significado, e ainda que se não tenha provado daqueles lábios virgens, sempre saberá de que doce mel foram pintados em seu rosto. Sempre será o vaso de alabastro que salva, dentre um mundo imerso a caos, o Don Juan Derrotado dos braços de sua mágoa desilusória. E não se cansa nunca de dizer que a quer, que a quer e que quer, acima de todas as outras, a Ela.
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